Desde que me entendo por gente sempre fui uma devoradora de livros. Os livros sempre foram para mim uma forma de viver uma realidade paralela. Hoje, olhando para o passado, percebo que já li vários romances com conteúdo erótico como O Poderoso Chefão, A Insustentável Leveza do Ser, A Idade da Razão, dentre outros. Livros que eu, inclusive, recomendo porque tratam de questões sexuais femininas relevantes como a nossa preocupação com o tamanho das nossas vaginas, o medo de ser rotulada por fazer sexo fora do casamento ou termos muitos parceiros, aborto, etc. E olha que estes são livros que datam mais de 20, 30 anos!
Mas confesso que o primeiro livro com conteúdo adulto que li por diversão mesmo foi o famigerado 50 Tons de Cinza. Li por curiosidade e, até gostei, mas não o suficiente para ler o terceiro: o segundo esgotou minha paciência. Contudo, sempre terei um carinho pela série pois ela me despertou o interesse de ler esse tipo de conteúdo (que eu nunca havia parado para pensar que existia).
Quando pensamos em conteúdo erótico sempre nos vêm à mente filmes, aqueles bem machistas, nos quais mulheres são subjugadas e humilhadas o que, na minha humilde opinião, agradam a poucas mulheres.
Nesse aspecto os livros parecem ser muito mais pensados para o gosto feminino. Eu acho que a esta altura, seis anos após 50 tons, eu já devo ter lido ao menos 20 autoras diferentes. E acredito que deu para notar: me tornei uma viciada! Rs
Vou falar um pouco de cada autora (nunca li autores homens, porém muitos são pseudônimos, então não dá para ter certeza). Apresentarei as principais características de cada uma delas como um guia para ajudar as menos experientes no assunto, assim é possível escolher de acordo com a abordagem que mais agrada. Aviso desde já que sou engenheira, não crítica literária, portanto serei parcial e vou mesmo mostrar que morro de amores por algumas autoras e outras, nem tanto. Vamos lá!
Ela é japonesa-americana, tem mais de 40 anos e muitos, muitos livros! 23 deles lançados no Brasil. Ela costuma escrever seus livros como séries, o que é muito legal porque quando você se identifica com a série já sabe que “tem mais”. Outra coisa que eu destaco é que os livros são bem escritos e as personagens são mais fortes. As mulheres que ela faz são inteligentes, por vezes bem sucedidas e bem resolvidas e é por isso (já vou entregar o ouro aqui) que essa é minha autora preferida. Mesmo que você não goste do romance em si, ao menos você não terá sua inteligência ofendida por personagens femininas tapadas (desculpe falei).
A série mais famosa dela é a Crossfire, com 5 livros sobre o casal Eva e Gideon.
À primeira vista pode até parecer um remake do 50 tons, mas Eva não tem nada de Anastácia. Ela nasceu rica e bem resolvida (pelo menos com mais auto estima), descolada e passa longe de ser virgem. Não há também a questão “sado-maso” na relação deles. O Gideon é o galã-são bem sucedido-dominador que se acha o “pica-irresistível-das-galáxias”. Assim que vê Eva nem se apresenta e vai logo falando que quer “ficar” com ela (pra ser educada…), o que deixa a moça perturbada – fula-da-vida. Eva vai mostrar para ele que não é bem assim. E é isso que causa a tensão (sexual, dentre outras) no livro.
O sexo entre eles é quente, inspirador e IGUALITÁRIO. Claro que ele acaba mostrando ser mesmo o “pica-irresistível-das-galáxias”, mas a Eva manda bem também. Com diálogos inteligentes (e posições, disposições, divagações…) o livro flui bem. Diversão e tesão garantidos!
A minha favorita dela é a série Ardente/Em Chamas:
São dois livros independentes que podem ser lidos em qualquer ordem. Em Chamas é meu livro favorito de todos! A personagem feminina principal é bem-sucedida e cheia de atitude e rola uma competição profissional com diálogos cheios sarcasmo. Ah! Inteligência é afrodisíaco! Dá para dar boas risadas com o livro e algumas cenas são tão bem escritas que parece que você está vendo um filme. Um livro para exorcizar as mocinhas “a lá Poliana” dos livros do gênero em geral.
Sylvia Day ainda tem várias outras séries. Como eu disse, são 23 livros lançados no Brasil (alguns com apelo sobrenatural). Confesso que não li pois não curto essa coisa de anjos e demônios. Se você gostar, leia e me conte. Pelo menos mal escrito não deve ser 😉
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No próximo post vou falar sobre a autora Kylie Scott, uma fã dos rapazes com dotes linguísticos (se é que você me entende…) criadora da fictícia banda de Stage Dive. São quatro livros sobre os quatro integrantes da banda.